domingo, 8 de agosto de 2010

A fama de Dilmalfafa

Hoje é domingo, pede cachimbo. O uso do cachimbo deixa a boca torta e mamar nas tetas do governo também entorta a boca, isso pra não falar no caráter. Mas pau que nasce torto morre torto, portanto não é conveniente atribuir culpa ao cachimbo: a falta de caráter tornou-se aceitável, previsível, quase natural, o que gerou o entortar generalizado do corpo político institucional brasileiro.

Diz certo provérbio zen ser feliz o homem que consegue guardar tudo o que tem dentro de uma mala. O provérbio fala em mala, não em cueca. E antes fossem desvirtuados só os ditados populares por aqui, onde a liberdade se confunde com a indecência, a alegria é ruidosa e safada, a ciência é sempre repulsiva por buscar a verdade.

No meio desta Babel da ignomínia, temos agora uma candidata pré-fabricada ocupando o centro do palco - para não falar dos palanques - do nosso circo mambembe. A guerrilha (que a maior parte das pessoas pensantes prefere, com acerto, chamar de terrorismo) é o único dado concreto do seu currículo. Trata-se de uma pessoa autoritária e violenta. Deu mostras, nos primórdios da sua compactuada candidatura, da personalidade agressiva em respostas cortantes às perguntas feitas por jornalistas. Certamente admoestada por seu inculto e precário demiurgo, tentou mudar o tom das suas manifestações públicas, mas a emenda ficou pior do que o soneto: passou a falar como se tivesse acordado de um sono produzido por barbitúricos.

Mesmo assim, segundo os institutos de pesquisa, a candidata está à frente no 1º turno das eleições e também na simulação de um 2º turno. Não parece estranho? Uma candidata sem passado político cuja retórica é uma lástima , vem sendo apontada como a preferida?

Quem tem fama, deita na cama. Quanto a nós que não temos fama nenhuma, haverá jeito de não nos deitaremos numa cama de gato?


11 comentários:

  1. Dilma é apoiada por um governo apoiado por 80% da população. Vocês vão ter que engolir!

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  2. Façamos um trato, anônimo:

    nós aceitamos que Dilma é apoiada por um governo com 80% de aprovação desde que você (e os seus) aceitem que toda unanimidade é burra.

    Ora, se toda unanimidade é burra, 80% de aprovação popular é, no mínimo, pouco inteligente, não é mesmo?

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  3. Tomou, papudo petralha? Podias dormir sem essa!

    Lou

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  4. Ao anônimo petralha, portador de 1 solitário neurônio:

    80% de analfabetos apoiam o grande, o incomensurável analfabeto chefe.

    vá se tratar- seu caso é gravíssimo

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  5. Sugestões para o Espião no blog do Tambosi

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  6. A aprovação de um govêrno segundo o IBOPE é a soma dos "bom" mais os "ótimo", que na situação atual segundo esse instituto é a situação do lula (75%). Por quê o mesmo IBOPE não divulga o quanto é "bom" e o quanto é "ótimo" da pesquisa? Vale lembrar que Bom não é Ótimo nem na grafia nem no significado. Bom pode ser apenas tolerável, passável, regular, indiferente. Isso explica porque a dilma não sai nem vai sair da casa dos 30 porcento na preferência dos votos do povo brasileiro. O lula atingiu já a capacidade máxima de transferência de sua popularidade para a dilma, por mais que queiram e (dis)torçam o jornalismo engajado e os institutos de pesquisa chapa-brancas.

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  7. Sua análise procede, Anônimo das 13h29. Mas a questão principal deste Folhetim diz respeito à fraude, no sentido lato.

    Diz respeito às fraudezinhas cotidianas que passam quase desapercebidas e ajudam a suportar a fraudezona que está, pelo que tudo indica, a caminho.

    Por exemplo: onde é que estará o "recibo" do voto que você depositará virtualmente na urna eletrônica, hein?

    Se os técnicos em informática do TSE e Regionais são tão eficientes assim, por que é que não bolaram ainda um sistema que possibilite aos eleitores o recibo da transação cívica mais importante para os cidadãos?

    É bom pensar sobre isso: votamos em candidatos escolhidos por nós, mas não temos como provar que votamos neles.

    Sim, sim: o voto é secreto. Mas tornar público, caso as circunstâncias nebulosas assim o exigam, os nossos votos secretos deveria ser direito inalienável dos eleitores. E por que não é?

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  8. Maria do Espírito Santo descascou o anônimo petralha.Ótimo!
    Espião,parabéns pelo texto,bom e enxuto.Vou postá-lo em meu blog,é claro,com os devidos créditos.Um abraço!

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  9. Seja muito bem vindo, Nelson!
    Um abraço para ti, também!

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  10. Espião,

    Parabéns pela forma criativa e oportuna com que você chama a atenção para aquilo que numa ficção orwelliana seria totalmente cabível, precisamente como é a realidade sinistra em que nos encontramos. Ligando todas as "coincidências", todas as "concertações", todos os acordos silenciosos, podemos sacar exatamente o que está sendo armado para o day after de 3 de outubro próximo! Você foi gênio!
    abraços!

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  11. Obrigado, Anônimo, muito obrigado, por seus generosos elogios.

    O fato é que não os mereço, sinceramente não. Isso porque a realidade brasileira torna fácil o exercício ficcional das "deduções verossimilhantes".

    Seja bem vindo e volte sempre que puder!

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