segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Chega de fome!

Está disponível na rede um artigo de José Ribamar Bessa Freire, intitulado "A fome de Marina Silva".

Eis um trecho:

A primeira fome de Marina é, efetivamente, fome de comida, fome que roeu sua infância de menina seringueira, quando comeu a macaxeira que o capiroto ralou. Traz em seu rosto as marcas da pobreza, de uma fome crônica que nasceu com ela na colocação de Breu Velho, dentro do Seringal Bagaço, no Acre. Órfã da mãe ainda menina, acordava de madrugada, andava quilômetros para cortar seringa, fazia roça, remava, carregava água, pescava e até caçava. Três de seus irmãos não agüentaram e acabaram aumentando o alto índice de mortalidade infantil.

Não resta dúvida de que a fome e a infância sobejamente sacrificada de Marina Silva sejam dados lamentáveis. Mas não creio que o conhecimento terrível e direto da fome, não creio que o sofrimento infantil tremendo da candidata sejam garantias insofismáveis de que ela faria um excelente governo.

Sofrimentos subjetivos são reais, indubitáveis e inquestionáveis. Mas as ações políticas devem ser pautadas pela razão e objetividade, pelo conhecimento da realidade nacional, por decisões que ponham em relevo o bem comum e o respeito às leis.

Assim sendo, no contexto da vida pública, os sofrimentos individuais dos candidatos são irrelevantes. O que interessa é a capacidade de reduzir ao máximo as más condições públicas geradoras de tantos sofrimentos para uns, para muitos, e muitas vezes para todos.


2 comentários:

  1. Bem observado, Espião. Fome não é critério para eleger alguém.

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  2. EXTRA! EXTRA!


    DATAFOLHA também faz parte da conspiração para eleger Dilma


    http://lucioneto.blogspot.com/

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