quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A batina do presidente Lula

Frei Betto foi o confessor de Lula e Lula não é burro. Por que é que o povão se descabela pelo consolo da religião católica? Porque os padres são e sempre foram exímios em administrar as carências afetivas do rebanho. E o rebanho não quer aprender a pescar porque é muito melhor acreditar e esperar por novos milagres dos peixes. O rebanho prefere acreditar que Deus sabe o que faz e que os padres, representantes de Deus na Terra, sabem perfeitamente interpretar os enigmáticos desejos divinos.


Frei Betto foi o confessor de Lula, mas Lula, o que não é burro, nas suas confissões ia aprendendo a agir nos mesmos moldes da cartilha do seu confessor. Eu diria que ele vestiu a batina de presidente da república. Essa imagem pode parecer absurda, mas não é: Lula é o papa da religião lulista, fundada por ele mesmo. E agora nomeia a papisa Dilma como herdeira do trono de são Lula. O Brasil virou um Estado subliminarmente teocrático: Lula é ao mesmo tempo Deus Pai, Deus Papa - que substitui com vantagens o Deus Filho - e o que agora incluiu o espírito parco de Dilmanta na sua santíssima trindade política.

Lula é o mais hábil manipulador das carências anímicas populares, o mais hábil desvirtuador da racionalidade e da objetividade preconizadas na administração da coisa pública. Lula transformou a política em novela da seis, das sete e das oito. Lula criou uma nova modalidade estilística: a retórica política catártica.

Lula é o novo padre Antônio Vieira da nação brasileira, com a vantagem de "falar a língua errada do povo, a língua certa do povo, porque ele é que fala gostoso o português do Brasil".

E o terrível é que diante de gente que tem fome de carinho, proteção e afagos - gentes com carências características dos cães - Lula sabe exatamente como os suprir.

O preço a ser pago será salgado. Mas como nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de são Lula, pagaremos nós, os conscientes do engodo, pela maioria carente.

De burro, Lula não tem nada.

2 comentários:

  1. Que texto primoroso!!!!!
    Assino embaixo e recomendo a todos.
    A mitificação do Lula é algo surpreendente.Ele pode dizer,fazer,roubar,cometer crime eleitoral,ridicularizar as leis,e nada,absolutamente nada,lhe confere culpa,pecado ou erro.Ele se tornou inatingível como se fosse realmente um deus.
    Até quando isto permanecerá fazendo efeito?
    Quando será que as diversas máscaras cairão?
    Espero que não demore muito porque já estou ficando irritada e impaciente com tanta canalhice...

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  2. Um deus a quem falta um dedo, prezada comentadora.

    Mas o que é a falta de um dedo para quem é mais popular do que o geográfico Dedo de Deus?

    Os dedais de Lula são de aço inoxidável. Seus movimentos com as agulhas da safadeza estão sobejamente protegidos.

    Até quando? Dura pergunta. Quem a saberá responder?

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